domingo, 16 de julho de 2017

Somente para quem ama animais de estimação

O Totó Lup Caramelo foi o primeiro animal de estimação que meu filho ganhou.
Meu filho sempre quis um cachorrinho, mas sempre tínhamos um bom motivo para não ter.
Desde bebê ele nunca teve medo de animais, seja ele qual for. Cresceu assim, sem medo e com vontade ainda maior de ter um em casa.
Nós nos mudaríamos de país por duas vezes, morando em apartamento, eu e meu esposo não víamos como ter um cachorro, nesta situação, além das despesas de viagem e o trabalho com os cuidados.
Temos amigos e parentes com seus animais domésticos, e meu filho sempre curtiu os raros momentos com estes animais. 
Contei no meu outro blog sobre nosso amor pelos cães (A maior ternura na Alemanha), sem muitos detalhes, mas com o essencial. Relendo, entendo o que eu estou sentindo agora.
No ano passado conhecemos duas Porquinhas da Índia, a Mavis e a Caramelo, que pertencem às amiguinhas de escola do meu filho. A mãe das meninas é muito minha amiga, todas as vezes que íamos passar o dia na casa delas ele ficava lá com as porquinhas, alimentando-as, colocando no colo, fazendo carinho. Foram estas porquinhas que nos "entusiasmaram" a ter um porquinho também. Como pode imaginar, ainda levamos um tempo para decidir.
Decidimos dar um porquinho da índia de presente no dia do Aniversário de 7 anos do nosso filho.
Foi muito lindo quando ele ganhou o filhotinho de Porquinho da Índia mais fofo do mundo (isto me dói muito expressar).
O nome foi ele que escolheu obviamente, Totó foi o nome que ele sempre quis colocar no cachorro que ele ganhasse, Lup foi de um Deutsche Spitze que ele conheceu no Condomínio e Caramelo foi da Caramelo, a porquinha da amiga dele.
Meu filho amava este animal, assim com eu e o meu esposo, era amor mesmo, havíamos privado nosso filho todo este tempo e nos privado também, de tal emoção.
Meu filho acordava bem cedo, antes de ir para escola, para ir no cercado do Totó para dar alimento e muito carinho. Ele tocava em seu pianinho ou com sua flauta, um trecho da 9a. Sinfonia de Bethoven, para seu amado Totó.
Além dos instrumentos, todo o Santo dia, ele colocava o Totó em cima de uma almofada e cantava para ele nas tardes , depois de fazer o dever da escola.
Eu cuidava diariamente da limpeza do cercadinho do Totó, o alimentava também, e nas últimas semanas, eu o colocava no colo em quanto eu estava estudando, me preparando para um concurso na Universidade. 
Este concurso era muito importante para mim, eu estou há anos longe do mercado de trabalho. Passei muito tempo estudando, e como eu ficava ansiosa, eu tive a ideia de ter o Totó como meu companheiro das horas de estudo. Ele me acalmava sem emitir qualquer som, apenas seus movimentos de carinho. Ele fez xixi muitas vezes em mim, mas nunca fez cocô, pois sempre que sentia vontade ele dava um pulinho e eu o colocava no seu "banheirinho".
Eu recebi a resposta do concurso no dia 11 de julho, e fiquei arrasada porque havia sido reprovada. E para ficar ainda mais difícil, no mesmo dia o Totó apresentou sinais que não estava bem, parou de comer, e ficar em uma posição tipo tombando somente para um lado e com o focinho enfiado no chão. 
Nós demos comida mixada através de uma seringa, demos água assim e eu até o coloquei no meu colo e o toquei inteiramente para saber se ele tinha alguma fratura. Iriamos levá-lo no veterinário no dia seguinte porque já era tarde. Na verdade acreditávamos que ele talvez estivesse com dor de dente ou algo mais simples. 
O Totó Lup morreu na madrugada do dia 12 de julho.
(continua ...)